Sedna,
a humana que morreu no mar,
e transformou-se em uma
Deusa.
Amplamente cultuada pelos povos Inuit ( esquimós) que habitam nas regiões polares do Canadá, Alaska, o Extremo Norte da Rússia, Sibéria, Finlândia, Suécia, Noruega, Islândia e Groenlândia.
Sua história está cheia de teimosias, verdades enganosas e dores. Contudo sua superação, tornando-se a provedora de alimentos para seu povo, foi o ato que lhe deu a característica de divina.
Sedna era uma moça bonita, prendada, realmente iluminada. Morava com seu pai, um bom homem abastado e respeitado em sua tribo, que após a morte de sua esposa criou sozinho sua única filha.
Muitos rapazes da tribo se viam encantados por ela. Entretanto, Sedna ainda não havia se apaixonado, ainda não tinha sentido um encantamento. Um dia, porém, Sedna conhece um jovem pelo qual fica completamente apaixonada. Este belo rapaz a encanta com seus contos sobre as riquezas e glórias da ilha onde era rei. Sedna então, comunica ao pai sua decisão de casar-se com o Rei e partir com ele para sua Ilha.
O pai tenta persuadi-la da ideia mostrando os perigos de casar-se com um desconhecido e ainda mudar-se para uma ilha distante. Irredutível, a moça teima com seu o seu pai e com toda tradição do seu povo, partindo com seu futuro marido. Ao chegar à praia, Sedna espera ver um belo e grande barco, contudo nada havia. Seu amado, transforma-se em uma enorme gaivota e rapidamente segura Sedna em suas unhas e sobrevoa o mar em direção a nova morada do casal apaixonado.
Bem, penso que morar em uma ilha cheia apenas de gaivotas , não deve ser bom. Sedna também detestou, havia somente pedras e fezes de gaivotas. Seu marido era o Rei, o rei das gaivotas, seu rico e glorioso reino estava ali. Com muito alimento para os súditos, sem nenhum predador que os incomodassem ou impostos a pagar. Todos estavam felizes. Menos Sedna, que era obrigada a viver em uma caverna úmida, comendo somente os peixes que seu marido trazia. Nada do que havia imaginado ou sonhado. Seu grande amor era um engano.
Com o tempo as notícias acabam chegando, alguns contam que seu pai ao saber do grande engano e das agruras que sua única filha passava resolveu resgatá-la. Outros contam que Sedna conseguiu enviar uma mensagem ao pai pedindo ajuda. Bem, o que importa é que ele foi ao seu encontro e roubou-a do marido.
Ao sentir falta da esposa, o Rei convocou todo o seu reino para resgatá-la e trazê-la de volta. Uma nuvem densa de gaivota atravessou o mar em busca da esposa fugitiva. Ao longe, ao ver a densa nuvem seu pai se desesperou e jogou Sedna ao mar para que não a achassem com ele. Em um piscar de olhos, as gaivotas alcançaram o pequeno caiaque e voavam em círculos agitando o mar onde a pequena embarcação estava. Desesperado com medo da própria morte, o pai vê Sedna tentando voltar ao caiaque rapidamente, saca de uma faca e corta-lhe os dedos com os quais Sedna agarrava a lateral da embarcação tentando salvar-se.
Incansável, mesmo sentindo uma imensa dor, Sedna retorna ao barco e agarra suas bordas com seus braços, Novamente seu pai desfere um golpe e os corta. Sedna afunda lentamente, apenas vendo a luz se afastando enquanto uma grande escuridão se aproxima. Acabou, Sedna está morta ao chegar no fundo do mar.
Mas nada sabemos da magia do amor e da dor, sobre a alegria do nascer e a tristeza do morrer. Transforma dor em amor, morte em vida, isto é magia! Assim aconteceu com Sedna, apesar de toda a dor pela traição e falsas verdades com que seu amado lhe havia presenteado, depois de tanto esperar. E ter que reconhecer o egoísmo de seu pai, escolhendo matá-la para salvar sua própria vida. Sedna renasceu.
Dos dedos cortados por seu pai, nasceram inúmeras espécies maravilhosas de animais marinhos, como focas, baleias, morsas e outros. Animais essenciais na vida deste povo dos árticos não só pela carne, mas pela boa gordura que oferecem, utilizada tanto na alimentação, como em tratamentos de cura e para iluminação em lamparinas. De seus cabelos, nasceram lindas plantas que dançam livres nas profundezas do mar e servem de alimento para várias espécies marinhas.
Até hoje muitos povos cultuam e respeitam a grande Sedna, Mãe dos Animais Marinhos. Quando a pesca fica escassa os esquimós já sabem que precisam se dedicar a Sedna. Os xamãs mergulham no gelado mar, e penteiam os cabelos de Sedna retirando todas as impurezas e maldades humanas depositadas nas profundezas do mar. Lixo descartados que embaraçam -se entre algas marinhas, lhes impedindo o movimento. Caso Sedna entenda como verdadeiro o arrependimento de seu povo. O alimento retorna, seu povo mais uma vez sobrevive graças a vida com que Sedna os presenteia.
Sedna, Foi homenageada em 2004, um planetóide descoberto além da órbita de Plutão, ganhou o nome dessa deusa esquimó mutilada e traída que simboliza a iminência do desastre ambiental que ameaça nossos oceanos.
Mito: A moça que morreu no mar e virou deusa.
Localidade: Canadá, Alaska, Territórios ao redor destes países
Panteão: Inuit
Símbolos mágicos: conchas, pedras, objetos contidos nas profundezas do mar
Animais: Baleias, focas e animais marinhos em geral.
Cores: Azul e Verde
Ervas: Algas Marinha e Sal marinho
Pedras: Agua Marinha e pedras existentes nos mares profundos.
Elemento : Agua









